A bênção da família
Para Jacó, os últimos sete anos de exílio foram um fardo e, mesmo assim, os mais frutíferos. Jacó se tornou pai de 11 dos 12 filhos que se tornariam os ancestrais do povo de Deus.
Essa seção constitui o centro da história de Jacó (Gn 25:19–35:26) e começa e termina com a frase-chave: Deus “fez com que ela fosse fecunda”, referindo-se a Lia (Gn 29:31) e a Raquel (Gn 30:22; compare com Gn 25:21). Cada vez que essa declaração é seguida por nascimentos, eles são o resultado de um milagre divino.
Leia Gênesis 29:31–30:22. Qual é o sentido do que se passa nesse contexto?
Deus abriu o ventre de Lia, e ela teve um filho, Rúben, cujo nome contém o verbo ra›ah, que significa “ver”. Porque Deus “viu” que ela não era amada por Jacó (Gn 29:31), essa criança foi uma compensação para ela em sua dor e seu sofrimento.
Além disso, deu o nome de Simeão, que contém o verbo shama’, “ouvir”, ao seu segundo filho, porque Deus “ouviu” (shama’) a profundidade e a humilhação de sua dor e, portanto, teve pena dela assim como tinha ouvido a aflição de Agar (Gn 29:33).
Simeão se conecta ao nome do filho de Agar, “Ismael”, que significa “o Senhor ouviu” (Gn 16:11). Quando Lia deu à luz seu último filho, o chamou de Judá, que significa “louvor”. Lia não se referiu mais à sua dor, nem mesmo à bênção. Ela se concentrou em Deus e O louvou por Sua graça.
É curioso que, somente quando Lia não conseguiu dar à luz novamente, Deus Se lembrou de Raquel e abriu o ventre dela (Gn 30:22). A esposa amada esperou sete anos após seu casamento e 14 anos após seu noivado com Jacó para ter seu primeiro filho (Gn 29:18, 27; Gn 30:25). Ela deu-lhe o nome de “José” para significar que “Deus tirou [‘asaf]” dela o seu vexame e lhe daria “ainda outro filho” (Gn 30:23, 24). Por mais erradas que fossem algumas dessas atitudes, Deus foi capaz de usar essas ações, mesmo que não as tolerasse, a fim de criar uma nação da semente de Abraão.
