A ascensão de José ao poder

Para José, os sonhos de Faraó revelavam o que Deus estava prestes a fazer na terra (Gn 41:28). José, no entanto, não pediu a Faraó que acreditasse no seu Deus. Em vez disso, a resposta imediata de José foi a ação. Ele propôs um programa econômico. A parte econômica do discurso de José foi mantida por Faraó, que estava interessado nessa estratégia que salvaria o Egito quando se cumprisse o significado espiritual do sonho dado por Deus.

Leia Gênesis 41:37–57. Qual é o lugar de Deus no êxito de José?

Faraó indicou José para assumir o comando não apenas porque tivesse interpretado corretamente seus sonhos e revelado o futuro problema da terra, mas porque tinha uma solução para esse problema, porque seu “conselho agradou a Faraó” (Gn 41:37), opinião também compartilhada pelos servos do regente. A escolha de Faraó parece ter sido mais pragmática do que religiosa. E ainda, ele reconheceu que a presença do “Espírito de Deus” (Gn 41:38) estava em José, que foi qualificado como “ajuizado e sábio” (Gn 41:39), expressão que caracteriza a sabedoria que Deus dá (ver Gn 41:33; compare com 1Rs 3:12).

Todos os detalhes relatados no texto bíblico se encaixam na situação histórica do Egito naquela época. Politicamente, o fato de Faraó ter nomeado José como vizir (governador) não era incomum no antigo Egito, onde se atestaram casos semelhantes.

Os sete anos seguintes foram de abundância de tal forma que a produção de grãos se estendeu “além das medidas” (Gn 41:49), sinal de providência sobrenatural. A comparação “como a areia do mar” (Gn 41:49) revela que essa era a bênção de Deus (Gn 22:17). José refletiu pessoalmente essa bênção em sua fecundidade, uma coincidência que evidenciou a presença de Deus por trás dos dois fenômenos. Os nomes dos filhos de José mostravam a providência divina na sua vida, que transformou a memória da dor em alegria (Manassés) e a antiga aflição em benção (Efraim). Que exemplo poderoso de como Deus transformou algo ruim em algo muito bom!