5 maneiras de tornar sua sala de aula de ciências mais culturalmente responsiva

5 maneiras de tornar sua sala de aula de ciências mais culturalmente responsiva

A descoberta científica pode ter um impacto mais profundo nos alunos quando eles percebem como ela é relevante para suas vidas.

Quer eu esteja facilitando a formação inicial de professores ou trabalhando com um grupo de educadores experientes, quando o tópico de desenvolvimento profissional é uma pedagogia culturalmente responsiva e relevante, descubro que os professores entendem o porquê. Eles entendem que a criação de salas de aula inclusivas e respeitosas que respondam às identidades interseccionais dos alunos promove um ambiente de aprendizagem que apoia o sucesso acadêmico de todos os alunos. No entanto, a parte com a qual os professores lidam é o como.

Para tornar o aprendizado profissional relevante e significativo, tento incluir muitos exemplos práticos e tangíveis para dar aos professores um ponto de partida. Entendo que os professores estão em vários pontos de sua jornada de aprendizado e quaisquer recursos ou ferramentas que eu possa compartilhar irão apoiá-los e incentivá-los a continuar em seu caminho.

Há muitas maneiras de garantir que nossas salas de aula de ciências sejam culturalmente receptivas e relevantes, e isso começa com um conhecimento profundo de nossos alunos – suas origens culturais, experiências vividas e interesses. Considere implementar as cinco ideias a seguir.

1. INCENTIVE OS ALUNOS A EXPLORAR SUAS PRÓPRIAS IDENTIDADES CULTURAIS

Ao investigar os tópicos da evolução, pedi aos alunos que pensassem sobre sua própria herança cultural e como seus ancestrais podem ter se adaptado às mudanças nas condições ambientais. Isso promove conversas sobre adaptações estruturais e comportamentais.

Em minha sala de aula, os alunos investigaram as adaptações humanas a climas quentes ou frios, como taxa metabólica ou produção de suor, e fizeram conexões com adaptações culturais, como design de roupas e desenvolvimento de tecnologia. Meus alunos de climas tropicais estavam muito interessados ​​em saber como seus ancestrais se adaptaram aos climas quentes e úmidos, o que tornou o aprendizado relevante e significativo para eles.

Outra maneira pela qual os alunos exploram suas próprias identidades culturais é por meio da comida. Culturas ao redor do mundo têm suas próprias tradições culinárias únicas baseadas em princípios científicos. Na minha sala de aula, a química dos alimentos é um ponto de entrada interessante para as reações químicas. Meus alunos entrevistaram membros da família, parentes ou amigos para aprender sobre os procedimentos usados ​​para preservação de alimentos, fermentação e outros métodos de cozimento. Os alunos fizeram pesquisas adicionais para explicar os processos químicos que ocorreram e a eficácia das técnicas específicas de preparação de alimentos.

2. INCORPORAR DIVERSAS PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS NA APRENDIZAGEM NAS AULAS

Durante as aulas sobre ecossistemas sustentáveis, as perspectivas das comunidades das Canindés, Tabajaras e Kariri são incorporadas de forma autêntica. Convidamos líderes comunitários ou anciãos para compartilhar as maneiras pelas quais seus conhecimentos e práticas tradicionais os ajudaram a entender e se adaptar às mudanças nas condições ambientais.

Eu compartilho a seguinte abordagem com meus alunos: ver de um olho as formas indígenas de conhecimento e ver o conhecimento ocidental do outro olho e, em seguida, usar os dois olhos juntos em harmonia. Analisamos estudos de caso, como os projetos de monitoramento na bacia hidrográfica do rio Ceará, para entender como essa abordagem nos permite desenvolver uma compreensão mais abrangente do meio ambiente.

Quando estamos aprendendo sobre os sistemas do corpo humano, convido meus alunos a investigar práticas de cura tradicionais e remédios de várias culturas (como a medicina tradicional chinesa ou a medicina calabaças). Isso leva a uma rica discussão sobre como várias crenças e práticas culturais influenciaram nossa compreensão da anatomia e da fisiologia. Afastar-se da educação científica eurocêntrica significa que reconhecemos e apreciamos as contribuições históricas globais para nossa compreensão atual da ciência.

5 maneiras de tornar sua sala de aula de ciências mais culturalmente responsiva

3. FACILITAR A INVESTIGAÇÃO CONDUZIDA PELO ALUNO E A APRENDIZAGEM EXPERIMENTAL

Quando os alunos têm oportunidades de projetar e conduzir seus próprios experimentos e investigações, eles têm a liberdade de explorar seus próprios interesses e paixões, o que torna o aprendizado relevante e significativo.

Por exemplo, em física, meus alunos exploraram conceitos de som e energia aprendendo sobre instrumentos musicais em várias culturas e como eles empregam os princípios do som para criar música. Alunos envolvidos no processo de design de engenharia para criar e testar seus próprios instrumentos musicais.

Em seus experimentos, eles investigaram como a manipulação de certos aspectos do design do instrumento (o comprimento de um instrumento de sopro, a tensão nas cordas, o material de um tambor) impactava o som criado e por quê. Esta é uma tarefa de piso baixo e teto alto que pode ser usada em ciências de nível elementar e pode ser adaptada para se alinhar aos padrões de física do ensino médio.

4. SELECIONE MATERIAIS CULTURALMENTE RESPONSIVOS E RELEVANTES PARA AS AULAS

Descobri que a leitura em voz alta é uma maneira eficaz de os alunos aprenderem sobre diversas perspectivas. Por exemplo, ao aprender sobre o ciclo da água, compartilhei o trabalho de Carole Lindstrom, We Are Water Protectors, que destaca as experiências e perspectivas de uma jovem ojibwe. Também exploramos crenças e práticas culturais relacionadas à conservação e gestão da água em várias comunidades ao redor do mundo.

Ao aprender sobre ecossistemas sustentáveis, lemos O menino que cultivava uma floresta, de Sophia Gholz. Esta é uma história verdadeira sobre Jadav Payeng, um menino que construiu uma floresta do zero quando viu os efeitos destrutivos da erosão e do desmatamento em sua ilha natal no rio Brahmaputra, na Índia. A história inspirou conversas significativas sobre o impacto do desmatamento e as formas pelas quais as comunidades de todo o mundo estão respondendo a essa realidade e como podemos aprender com sua compreensão e conhecimento da terra para adotar práticas sustentáveis.

5. FORNECER MODELOS POSITIVOS PARA OS ALUNOS NA AULA

Quando compartilhamos as histórias menos conhecidas da ciência – sejam as da inventora indígena Olivia Poole ou do físico sino-americano Chien-Shiung Wu, combatemos ativamente os estereótipos da ciência e damos aos alunos a oportunidade de ver que a busca para entender o mundo ao nosso redor é um esforço humano. Embora essas figuras históricas sejam, sem dúvida, modelos importantes para nossos alunos, permitir que eles vejam os cientistas atuais e ouçam suas experiências vividas é especialmente poderoso.

Em minhas aulas de ciências, convidei membros da comunidade de diversas origens culturais para discutir suas carreiras e experiências. No passado, fizemos uma série mensal de “STEM Talks”, na qual pessoas de áreas relacionadas a STEM* vinham falar com meus alunos sobre seu trabalho diário, suas experiências acadêmicas, seus desafios e vitórias. Quando os alunos veem a si mesmos, suas identidades e suas experiências vividas representadas nos modelos com quem podem conversar na vida real, isso promove um sentimento de pertencimento. Se eles podem ver, eles podem ser.

Tornar nossas salas de aula culturalmente responsivas e relevantes não termina com pôsteres de diversos cientistas nas paredes de nossas salas de aula. É um compromisso garantir que cada criança se sinta vista e representada no currículo que está aprendendo. Estes são apenas alguns exemplos de como os professores podem tornar o aprendizado de ciências culturalmente responsivo e relevante, mas é apenas uma gota no balde de possibilidades que podem ser adaptadas às necessidades e interesses específicos dos alunos à sua frente.

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Vocabulário:

STEM: é a sigla em inglês para Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português).

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